sábado, 2 de maio de 2009

Uma Casa, Uma Vida

Seja no cativar de uma amizade, no cortejar de um namoro, no compromisso com um casamento, na construção de uma família, no simples plantar de uma árvore, em escrever um livro, em erguer uma casa ou, até mesmo, lutar por uma igreja, a imagem de ver crescer sempre fascinou o ser humano. De uma certa forma, para viver em plenitude, não nos devemos só contentar com o que temos e somos. Faz parte da procura pela felicidade este processo constante de nos desafiarmos a nós próprios a ser maiores e traçarmos novos objectivos. Todos sabemos isto. E todos, mais tarde ou mais cedo, muitas ou poucas vezes, irreversivelmente ou não, nos esquecemos. Porque está na nossa natureza acomodarmo-nos (adaptarmo-nos, como diziam Darwin e Wallace).
Às vezes precisamos que algo abane as estruturas da nossa própria existência e nos faça despertar…
George Monroe esqueceu-se. Da sua vida, dos seus projectos e ambições, da sua própria família. Até ao dia em que algo o faz acordar: a revelação de que tem cancro no pâncreas e quatro meses de vida. De um momento para o outro, todas as “pontas soltas” da vida se conjugaram num único objectivo: a construção da sua casa de sonho.
Mais do que nas agruras da vida, este filme fez-me pensar na importância do meu projecto de vida. Sempre que o vejo, ou recordo algumas das cenas mais marcantes, reflicto no quanto é magnética uma escolha de vida que congrega, não só as minhas capacidades e conveniências, mas também os que me rodeiam.
George sempre pensou em si próprio como uma casa. A sua vida sempre foi à imagem do que se passava no interior dessa casa. A casa não precisava de ser grande, nem bonita. Apenas precisava de ser dele. E acabou por ser o que a vida quis que ele fosse.
Dou por mim a pensar nisto e a perguntar a mim próprio: tenho estado a construir a minha casa? Tenho estado a construir a minha vida?



NOTAS CURIOSAS

A decisão de propor esta película como filme do mês foi tremendamente fácil. É mais um provável desconhecido que não faz parte do TOP de nenhum clube de vídeo, pouco tempo esteve no cinema e é uma das melhores histórias simples de vida que conheço. Atenção que nem vale a pena tentar tecer alguma comparação com aqueles telefilmes que passam de vez em quando na televisão, com “histórias de vida”. Uma Casa, Uma Vida tem como base um argumento de Mark Andrus (uma nomeação para os Óscares com “Melhor é Impossível”) e um naipe de actores conhecidos e com valor reconhecido: Kevin Kline, Kristin Scott Thomas e o, na altura, desconhecido Hayden Christensen. Há quem afirme que foi o desempenho do jovem actor neste filme que convenceu George Lucas a entregar-lhe o papel mais carismático de toda a saga da Guerra das Estrelas: o de Anakin Skywalker (mais conhecido como Darth Vader).

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