Vi pela primeira vez este filme com 12 anos, numa visita de estudo ao Rivoli. Andava na Escola Preparatória Gomes Teixeira. Posso dizer que decorridos cinco minutos numa sala com mais de trezentas crianças da minha idade, algumas um pouco mais velhas e outras um pouco mais novas, se fez o mais absoluto silêncio. Acredito que, nesse dia, nem o mais insensível e arruaceiro dos meus colegas ficou indiferente à história que se desenrolou no grande ecrã.
Depois dessa sessão, já devo ter visto a película umas dez vezes. Em VHS, porque, infelizmente, ainda não consegui a versão em DVD.
Este filme conta a história de uma cria de urso que, ao perder muito cedo a sua progenitora, trava uma singular luta pela sobrevivência.
Os três actores humanos que participam são completamente colocados em segundo plano pelos verdadeiros actores: os ursos. O desempenho é tão natural que nem nos damos conta que praticamente não há diálogos humanos durante todo o filme. Verdade seja dita, também não fazem falta. A história flui através das atitudes e sensações que nos transmitem os animais.
Porque a escolha deste mês foi mais emocional do que propriamente pensada, estava com dificuldades em conseguir explicar as razões. Até há uns dias atrás…
A palavra foi utilizada por um amigo na apresentação de um projecto que irá envolver muitas pessoas em prol de uma comunidade que poucas semelhanças tem com esta. Ele falava de uma escola HUMANIZADA.
Dou-me conta que toda a história de “O Urso”, apesar de se focar nos mais primitivos comportamentos de vida selvagem, é mais humana do que muitos dos nossos próprios comportamentos e atitudes. Se pensarmos um pouco, provavelmente nunca nos foi mais difícil ser humano do que agora. E, como é óbvio, esta linha de pensamento levar-me-ia a pensar numa questão à qual ainda ninguém respondeu convincentemente: “o que é ser humano”?
Se calhar estou a ir longe de mais. Provavelmente a Wikipédia basta para nos dizer:
Como é óbvio, esta visão negativa do ser humano, não o define. Ser humano é também estar presente quando se trata de assumir as responsabilidades, ser humano é pintar a Mona Lisa, é compor música capaz de parar a respiração, é acender nos outros a chama do que têm de melhor, é provar que se pensamos existimos, é saber que nada se sabe, é rir e fazer rir, é sonhar e fazer sonhar, é amar perdidamente com um fogo que não se vê…
Como dizia Baptista-Bastos, Humano é o que se constrói permanentemente e se corrige constantemente, entre o desejo, a cinza, a paixão e a vontade.
Ou, se calhar, isto… é ser Urso.
Depois dessa sessão, já devo ter visto a película umas dez vezes. Em VHS, porque, infelizmente, ainda não consegui a versão em DVD.
Este filme conta a história de uma cria de urso que, ao perder muito cedo a sua progenitora, trava uma singular luta pela sobrevivência.
Os três actores humanos que participam são completamente colocados em segundo plano pelos verdadeiros actores: os ursos. O desempenho é tão natural que nem nos damos conta que praticamente não há diálogos humanos durante todo o filme. Verdade seja dita, também não fazem falta. A história flui através das atitudes e sensações que nos transmitem os animais.
Porque a escolha deste mês foi mais emocional do que propriamente pensada, estava com dificuldades em conseguir explicar as razões. Até há uns dias atrás…
A palavra foi utilizada por um amigo na apresentação de um projecto que irá envolver muitas pessoas em prol de uma comunidade que poucas semelhanças tem com esta. Ele falava de uma escola HUMANIZADA.
Dou-me conta que toda a história de “O Urso”, apesar de se focar nos mais primitivos comportamentos de vida selvagem, é mais humana do que muitos dos nossos próprios comportamentos e atitudes. Se pensarmos um pouco, provavelmente nunca nos foi mais difícil ser humano do que agora. E, como é óbvio, esta linha de pensamento levar-me-ia a pensar numa questão à qual ainda ninguém respondeu convincentemente: “o que é ser humano”?
Se calhar estou a ir longe de mais. Provavelmente a Wikipédia basta para nos dizer:
“Um humano, ser humano, pessoa ou homem é um membro da espécie de primata bípede Homo sapiens, pertencente ao género Homo, família Hominidae (taxonomicamente Homo sapiens - latim: "homem sábio"). Os membros desta espécie têm um cérebro altamente desenvolvido, com inúmeras capacidades como o raciocínio abstracto, a linguagem, a introspecção e a resolução de problemas. Esta capacidade mental, associada a um corpo erecto possibilitaram o uso dos braços para manipular objectos, factor que permitiu aos humanos a criação e a utilização de ferramentas para alterar o ambiente a sua volta mais do que qualquer outra espécie de ser vivo.”
Porque o meu assunto nesta crónica é cinema e não filosofia, aproveito esta científica exaltação do que é a nossa espécie para acrescentar algumas correcções:- “capacidade mental associada a um corpo erecto” que, no entanto, em média, passa um terço da sua vida em posição sentada e outro terço em posição deitada;
- “criação de ferramentas para alterar o ambiente à sua volta”, tal como aumentar o efeito de estufa, introduzir espécies exóticas invasoras em ecossistemas estáveis, contaminar sistematicamente a água com mercúrio e derivados, abrir e fechar “buracos” na camada de ozono, acidificar a água das chuvas, etc.
Como é óbvio, esta visão negativa do ser humano, não o define. Ser humano é também estar presente quando se trata de assumir as responsabilidades, ser humano é pintar a Mona Lisa, é compor música capaz de parar a respiração, é acender nos outros a chama do que têm de melhor, é provar que se pensamos existimos, é saber que nada se sabe, é rir e fazer rir, é sonhar e fazer sonhar, é amar perdidamente com um fogo que não se vê…
Como dizia Baptista-Bastos, Humano é o que se constrói permanentemente e se corrige constantemente, entre o desejo, a cinza, a paixão e a vontade.
Ou, se calhar, isto… é ser Urso.
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