- Outubro é o mês do idoso - alguém me recordava lá em casa, enquanto eu puxava pela cabeça para tentar escolher um filme para esta edição do Vera Cruz. Recordei que, de uma certa forma, foram os idosos as primeiras pessoas que verdadeiramente me acolheram na Paróquia do Senhor da Vera Cruz. São com eles e para eles os poucos momentos que vou dedicando, por ano, à Paróquia.
- Ora, se Outubro é o mês do idoso, acho que já sei o que irei escolher – iluminou-se-me qualquer coisa na memória.
Lembrava-me de uma curta-metragem a que poucos adultos tiveram paciência para dar atenção e que, salvo erro, fazia parte da edição em DVD do Ratatouille.
A ideia maturou no meu cérebro e já estava com o texto praticamente concluído quando sou colocado perante o tema “Que missão?”.
E agora? Missão?! Como é possível pensar em idosos e missão ao mesmo tempo?! Só se for o “fim da missão”. E, de repente, mal tinha acabado de ter este pensamento idiota, lembrei-me de “Uma História Simples”.
O fim da missão foi a única relação que me veio à cabeça num primeiro momento. No entanto, “Uma História Simples” fala de uma missão, o personagem principal não podia ser mais idoso e essa missão está longe de chegar ao fim…
Alvin tem 73 anos. Anda com a ajuda de muletas, vê mal e a sua saúde deteriora-se de dia para dia. Vive uma vida simples e tranquila, numa pequena cidade rural nos Estados Unidos da América. Tem um irmão, Lyle, de 75, com quem está zangado há muitos anos e que vive do outro lado do país.
Numa noite chuvosa, recebe um telefonema do hospital a informá-lo que o seu irmão teve um enfarte.
Alvin decide que chegou a hora de, finalmente, fazer as pazes e reencontrar-se com Lyle. No entanto, a viagem é praticamente impossível. Alvin não pode conduzir um automóvel devido aos problemas de saúde, o dinheiro não chega para o bilhete de autocarro e a sua filha, única parente próxima, também não pode conduzir.
Contra todas as possibilidades, decide realizar a viagem, de quase 500 quilómetros, no seu cortador de relva.
“Uma História Simples” é a exploração, em múltiplos níveis, de tudo o que pode haver de bom e verdadeiro no nosso coração, numa fase da vida em que não temos outra hipótese senão dar mesmo atenção ao que é realmente importante. Neste filme, David Lynch dá-nos tempo e silêncio. Mostra-nos que há sempre tempo para mais uma missão e para sermos significantes na vida dos outros, mesmo quando o tempo que temos está contado. E oferece-nos um silêncio ensurdecedor que fala, que nos envolve e que comunica as mais ricas sensações. Por momentos temos 73 anos e a vida, para nós, corre devagar. É aí que sentimos o desespero surdo de não conseguir andar mais depressa. E depois percebemos… Depressa, para quê? Tudo o que é realmente importante espera por nós. O que não espera, não pode ser importante…
Lembrava-me de uma curta-metragem a que poucos adultos tiveram paciência para dar atenção e que, salvo erro, fazia parte da edição em DVD do Ratatouille.
A ideia maturou no meu cérebro e já estava com o texto praticamente concluído quando sou colocado perante o tema “Que missão?”.
E agora? Missão?! Como é possível pensar em idosos e missão ao mesmo tempo?! Só se for o “fim da missão”. E, de repente, mal tinha acabado de ter este pensamento idiota, lembrei-me de “Uma História Simples”.
O fim da missão foi a única relação que me veio à cabeça num primeiro momento. No entanto, “Uma História Simples” fala de uma missão, o personagem principal não podia ser mais idoso e essa missão está longe de chegar ao fim…
Alvin tem 73 anos. Anda com a ajuda de muletas, vê mal e a sua saúde deteriora-se de dia para dia. Vive uma vida simples e tranquila, numa pequena cidade rural nos Estados Unidos da América. Tem um irmão, Lyle, de 75, com quem está zangado há muitos anos e que vive do outro lado do país.
Numa noite chuvosa, recebe um telefonema do hospital a informá-lo que o seu irmão teve um enfarte.
Alvin decide que chegou a hora de, finalmente, fazer as pazes e reencontrar-se com Lyle. No entanto, a viagem é praticamente impossível. Alvin não pode conduzir um automóvel devido aos problemas de saúde, o dinheiro não chega para o bilhete de autocarro e a sua filha, única parente próxima, também não pode conduzir.
Contra todas as possibilidades, decide realizar a viagem, de quase 500 quilómetros, no seu cortador de relva.
“Uma História Simples” é a exploração, em múltiplos níveis, de tudo o que pode haver de bom e verdadeiro no nosso coração, numa fase da vida em que não temos outra hipótese senão dar mesmo atenção ao que é realmente importante. Neste filme, David Lynch dá-nos tempo e silêncio. Mostra-nos que há sempre tempo para mais uma missão e para sermos significantes na vida dos outros, mesmo quando o tempo que temos está contado. E oferece-nos um silêncio ensurdecedor que fala, que nos envolve e que comunica as mais ricas sensações. Por momentos temos 73 anos e a vida, para nós, corre devagar. É aí que sentimos o desespero surdo de não conseguir andar mais depressa. E depois percebemos… Depressa, para quê? Tudo o que é realmente importante espera por nós. O que não espera, não pode ser importante…
Por curiosidade, fica também aqui a curta-metragem que havia sido a minha primeira escolha para este mês...