Não sei se será do sabor a férias, ou da proximidade do Douro mas, este mês, apeteceu-me pescar. Mais uma vez, não é uma ideia nova. Há pouco menos de 2000 anos houve um tipo que decidiu fazer o mesmo. Claro que não pescava peixe, pescava seres vivos mais importantes: homens.
O filme destas férias conjuga uma série de factores comuns a estas duas realidades: a pesca e a fé; os peixes e os homens. Sobretudo, conjuga vidas.
Em Duas vidas e o Rio pesca-se. Pesca-se como metáfora para uma relação entre dois irmãos e um pai sereno e distante, que encontra na fé um rumo de vida. Pesca-se como alegoria de duas vidas unidas pela infância, separadas pelas escolhas que são feitas, mas que nunca deixam de se tocar. A linha que separa as personagens deste rio é o fio condutor de uma cativante lição de vida sobre as escolhas que fazemos e as decisões que nos moldam o coração.
Norman e Paul são os últimos descendentes da família Maclean. O pai, reverendo presbiteriano e chefe de família, conduz a educação dos filhos como se de uma homilia se tratasse. Para este homem, a pesca à linha é uma experiência de paixão que cedo partilha com os seus pequenos. Uma paixão que se torna contagiante e transforma o crescimento das duas crianças. E é durante as longas sessões “à linha” que os miúdos partilham, inicialmente com o pai, depois a dois, que o vínculo entre eles amadurece. É com o rio que os adolescentes se afirmam. É a pescar que os sonhos ganham vida.
Quase sem dar por isso Norman e Paul crescem transformando-se em contradições vivas. Paul, o rebelde, aventureiro e irreverente que nunca chega a sair de perto dos pais. Norman, o calmo, estudioso e atencioso que parte em busca de um futuro.
Neste filme o curso de um rio é também o curso de duas vidas ligadas por uma relação fraternal que encontra o seu expoente máximo numa linha de pesca…
Depois de ver esta película dou por mim a pensar e a sentir-me agradecido por todos os que ao longo da minha vida me têm ensinado a pescar…
Boas férias!
NOTAS
Duas Vidas e o Rio é realizado por Robert Redford. Ao pensar que se trata de alguém muito mais conhecido pelo trabalho em frente às câmaras do que por trás delas compreende-se que há pormenores na forma como esta história é filmada para os quais só um actor pode ter sensibilidade. Este filme estará para Redford como provavelmente As Pontes de Madison County estarão para Clint Eastwood, ou Danças com Lobos para Kevin Costner.
É também uma das primeiras grandes interpretações de Brad Pitt (Paul).
Boas Férias!
O filme destas férias conjuga uma série de factores comuns a estas duas realidades: a pesca e a fé; os peixes e os homens. Sobretudo, conjuga vidas.
Em Duas vidas e o Rio pesca-se. Pesca-se como metáfora para uma relação entre dois irmãos e um pai sereno e distante, que encontra na fé um rumo de vida. Pesca-se como alegoria de duas vidas unidas pela infância, separadas pelas escolhas que são feitas, mas que nunca deixam de se tocar. A linha que separa as personagens deste rio é o fio condutor de uma cativante lição de vida sobre as escolhas que fazemos e as decisões que nos moldam o coração.
Norman e Paul são os últimos descendentes da família Maclean. O pai, reverendo presbiteriano e chefe de família, conduz a educação dos filhos como se de uma homilia se tratasse. Para este homem, a pesca à linha é uma experiência de paixão que cedo partilha com os seus pequenos. Uma paixão que se torna contagiante e transforma o crescimento das duas crianças. E é durante as longas sessões “à linha” que os miúdos partilham, inicialmente com o pai, depois a dois, que o vínculo entre eles amadurece. É com o rio que os adolescentes se afirmam. É a pescar que os sonhos ganham vida.
Quase sem dar por isso Norman e Paul crescem transformando-se em contradições vivas. Paul, o rebelde, aventureiro e irreverente que nunca chega a sair de perto dos pais. Norman, o calmo, estudioso e atencioso que parte em busca de um futuro.
Neste filme o curso de um rio é também o curso de duas vidas ligadas por uma relação fraternal que encontra o seu expoente máximo numa linha de pesca…
Depois de ver esta película dou por mim a pensar e a sentir-me agradecido por todos os que ao longo da minha vida me têm ensinado a pescar…
Boas férias!
NOTAS
Duas Vidas e o Rio é realizado por Robert Redford. Ao pensar que se trata de alguém muito mais conhecido pelo trabalho em frente às câmaras do que por trás delas compreende-se que há pormenores na forma como esta história é filmada para os quais só um actor pode ter sensibilidade. Este filme estará para Redford como provavelmente As Pontes de Madison County estarão para Clint Eastwood, ou Danças com Lobos para Kevin Costner.
É também uma das primeiras grandes interpretações de Brad Pitt (Paul).
Boas Férias!